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“Museu” do Rancho

Situado num antigo Forno Comunitário da vila, este modesto espaço pretende preservar e salvaguardar o património material e imaterial deste importante agente cultural de Castelo de Vide: Rancho Folclórico de Nossa Senhora da Alegria de Castelo de Vide. Ali podemos encontrar informação sobre usos e costumes, trajes, fotografias e artefactos antigamente usados no Concelho de Castelo de Vide.

 

Sobre o Rancho

Foi dentro do castelo secular, inspirado na Ermida de Nossa Senhora da Alegria, que surgiu, em julho de 1966, um agrupamento folclórico designado por Rancho Folclórico de Nossa Senhora da Alegria de Castelo de Vide.

 

Homens e mulheres já idosos, foram os primeiros a transmitir a verdade e a pureza das brincadeiras da sua mocidade, criando no agrupamento uma base etnográfica que nos transporta às épocas recuadas, em que ainda se encontravam!, com toda a sua beleza e arte populares.

 

O Rancho Folclórico Nossa Senhora da Alegria de Castelo de Vide desde então tem participado em festivais por todo o país e estrangeiro, contando, atualmente com 80 componentes, repartidos num grupo de adultos e num infantil e juvenil.

 

Os trajes deste rancho dividem-se em dois grandes grupos: Passeio/Festa e Campo/Trabalho.

 

No primeiro grupo o destaque vai para os bordados das saias das mulheres, para as costas dos coletes dos homens e para as aplicações de veludo como forma de exteriorizar a riqueza da família a que pertenciam. Podemos constatar estas aplicações nos trajes dos mordomos da Senhora dos Prazeres, nos trajes domingueiros ou de “ver-a-Deus”, no xaile de Malvarisco (bordado pela sogra e usado na missa do Domingo seguinte ao do pedido de casamento), no de viúva rica, no de bordadeira (com bolsa bordada especialmente para o namorado levar para o serviço militar).

 

Nos trajes de trabalho a pouca nobreza dos tecidos é compensada pelo colorido que serve também para dar alegria a quem os vestia, os quais desempenhavam funções bastante árduas e exigentes. Os homens usavam trajes de serrobeco ou cotim e as mulheres chitas e xadrez de lã. Os trajes de trabalho sãos os que melhor representam esta região.

 

As atividades agrícolas mais significativas eram a apanha da azeitona, a pastorícia e a produção de cereais. Grande parte destas atividades era desenvolvida no “monte” constituído pela residência do lavrador, estábulos e “arrecados” habitualmente situado distante da vila.

 

O traje de ceifeira e azeitoneira têm em comum a transformação das saias em calças, conseguindo um avanço aos seus tempos sabendo que as calças eram peças exclusivas dos homens. Com estas calças as mulheres tinham maior mobilidade protegiam-se do frio ou calor, e podiam “tomar posições de trabalho” sem o receio de deixar ver as pernas.