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Caraterização

Toda a região testemunha a presença do Homem desde os tempos mais remotos da sua existência, pois os vestígios arqueológicos, desde o paleolítico até ao tempo atual, comprovam a continuidade da permanência humana ao longo das épocas – dão-se como exemplos o achado de bifaces, machados de pedra polida, machados planos de bronze, mós graníticas. Esses povos de antanho deixaram-nos a sua arquitetura funerária (antas), religiosa (menires), civil (chafurdões), militar (atalaias), e outras.

 

O património arquitetónico de Castelo de Vide é de uma grande riqueza. É a expressão de uma História plena de vicissitudes, permanecendo vivos os sinais de diferentes ocupações.

 

Para além de constituir uma forte atracão turística, o património arquitetónico de Castelo de Vide constitui um elemento de referência na identidade social e territorial dos seus habitantes. Merecem destaque o Burgo Medieval; o Castelo; o Forte de S. Roque; as muralhas de diferentes cronologias que envolvem a vila; a Judiaria e a Sinagoga Medieval; as fontes; as portas e janelas ogivais dos séculos XIV a XVI e o conjunto do casario intra-muros.

 

A população residente é de 3 407 habitantes (Censos 2001) e a economia local assenta, essencialmente, no turismo.

 

O solo é caracterizado por rochas do complexo xisto-grauváquico ante-ordovícico, envoltas por granitos hericínios de Nisa a este e a norte, e granitos tecnonizados de Portalegre a sul. Apresenta um relevo variável, sendo a parte sul caracterizada por várias elevações, tendo a mais alta 762m de altitude, enquanto que para norte, na área do complexo xisto-grauváquico, o terreno torna-se mais plano, com cotas entre os 290 a 320m.

 

Relativamente à fauna e à flora, a diversidade das condições ecológicas aponta para a presença de numerosas comunidades de animais. Aves consideradas raras, como a águia-de-bonelli e o grifo, repartem o território com gaviões, águias cobreiras, peneireiros-cinzentos, milhafres e tartaranhões, havendo ainda a assinalar a presença do bufo-real e da coruja-do-mato.

 

Para além das aves de presa, é de notar a presença da cegonha-negra em Castelo de Vide, enquanto um numeroso de passeriformes povoa os recantos serranos. No seu conjunto, as espécies referenciadas representam mais de metade das dadas como nidificantes no país.

 

Numa região em que a expressão mediterrânica é manifesta, a presença de carvalhais e castinçais conferem a este Alentejo um sabor de paragens setentrionais, ambas vivendo paredes meias com sobreiros, azinheiras, oliveiras e todo um cortejo de espécies silvestres, algumas das quais raras.

 

As linhas de água sazonais são abundantes e as principais ribeiras (S. João, da Vide e de Nisa) irrigam os campos, fazendo com que algumas zonas apresentem bons níveis de humidade durante a maior parte do ano, facto que permite o cultivo de várias espécies hortícolas e a existência de boas zonas de pastagens. A quantidade de níveis freáticos permite o aparecimento de muitas nascentes por todo o concelho, resultando depois em inúmeras fontes e fontanários, dignos representantes do património arquitectónico castelovidense.